terça-feira, 7 de agosto de 2018

Sororidade: o que estamos ensinando às nossas filhas

Precisamos ensinar a nossas filhas a não competir umas com as outras, mas sim a ser solidárias - afinal, somos todas irmãs 

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Pressphoto/ Freepik

Quem acompanha meu blog sabe que eu tenho uma filha. Minha filha é minha companhia preferida, e aprendo muito com ela. Somos muito unidas e conversamos muito, sobre tudo. E no começo desse ano tive que conversar muito com ela sobre amizades e escolhas. Não, minha filha nunca teve dificuldade em fazer amigos, muito pelo contrário: ela é daquele tipo bem extrovertido, que faz amizade com todo mundo. E foi justamente esse o problema.

Minha filha está crescendo e entrando naquela fase em que as meninas começam a fazer “panelinhas”, rodinhas exclusivas com poucas meninas. E suas amigas começaram a exigir a “exclusividade da sua amizade” (aquela conversinha que acredito que a maioria das mulheres já ouviu no início da adolescência: “ou você é amiga dela, ou é minha”). E começaram a brigar com ela para que escolhesse de quem ela é amiga. Mas e se ela quisesse ser amiga das duas?

Tudo isso me lembrou situações similares que vivi na minha adolescência. Conversando com minha mãe, ela também contou que teve problemas parecidos. Enfim, é um ciclo que se repete, um looping eterno. E eu só consigo me perguntar “por quê”? Por que tem que ser assim? Essa eterna visão de que os meninos podem ter a amizade de um time de futebol inteiro, mas que as meninas devem ter no máximo duas amigas? De que as meninas devem ser estar sempre competindo – a atenção dos homens, a coroa do baile, o título de mais popular ou mais bonita?

A resposta é, simplesmente: não tem que ser assim. Isso é um paradigma que deve ser rompido. Nós, mulheres, não somos rivais, somos irmãs. Não devemos competir umas com as outras, mas ajudar umas às outras. Esse é o conceito de sororidade. Sororidade é um substantivo que representa a união entre as mulheres em várias dimensões da vida e reflete de maneira exata a expressão "não somos concorrentes, somos irmãs".

Muitas vezes nós julgamos outras mulheres pelo modo de se vestir, ou mesmo de falar e de se comportar. E isso é fruto justamente dessa visão deturpada de eterna competição feminina, daquele velho papo furado (e mentiroso) de que “uma mulher não pode ser amiga de verdade de outra mulher”. Precisamos lembrar que quando fazemos isso, nossas filhas estão vendo e absorvendo tudo. E elas vão reproduzir isso.  E mais importante ainda: todas as mães devem ter em mente que são mulheres, que suas filhas são mulheres, e que quando reproduzem esse comportamento, vão perpetuá-lo e ser vítimas dele também, inevitavelmente. Sim, devemos ensinar nossos filhos também a respeitar as mulheres (isso é fundamental). Mas o post de hoje é dedicado especialmente às mulheres. 

Quando você atinge uma mulher, você também atinge a si mesma. Se você tem uma filha, estará atingindo-a da mesma forma. E isso tanto para o bem como para o mal. Se você perpetuar esse comportamento preconceituoso, está aumentando as chances de sofrer com ele. Agora, se você quebrar esse ciclo, esse paradigma, e começar a mudar esse comportamento, buscando não julgar as outras mulheres, não competir, não rivalizar, mas se solidarizar, tenha certeza que isso se refletirá em sua vida de forma positiva também.

Eu acredito na amizade feminina sim. Tenho boas amigas. Poucas, é verdade, mas as que tenho são verdadeiras e preciosas pra mim. E vejo muitos outros exemplos de amizades femininas sinceras em vários lugares. Minha filha, no final, escolheu ficar sem as duas amigas e fazer amizades novas. Hoje está até ajudando outras duas meninas que se sentem excluídas em sua sala, porque sabe como se sentem. Isso é sororidade. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Tudo pronto pra Bienal do Livro de São Paulo


Evento terá espaço especial para crianças: a “Tenda das Mil Fábulas”

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Divulgação


Contagem regressiva para um dos maiores eventos literários nacionais. Falta menos de um mês para a 25a Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O evento acontece de 03 a 12 de agosto, no Pavilhão do Anhembi, na capital paulista. E mais de cem mil ingressos já foram vendidos antecipadamente.

Ao todo, o evento terá 1.500 horas de atividades, entre debates, seção de autógrafos, lançamentos e bate-papos com autores. Essa programação acontece em 14 espaços que serão montados dentro do Anhembi.

Uma das grandes novidades desse ano é o novo espaço infantil, o Tenda das Mil Fábulas Correios. O nome foi escolhido em homenagem a Sharjah, emirado que recebe a homenagem da Bienal em 2018. Além disso, faz referência ao clássico “Mil e uma noites”,  obra bastante representativa na cultura árabe, que no oriente é conhecido como “O livro das mil fábulas”.  

Nesse espaço, as crianças poderão aproveitar várias atividades especiais, com destaque para a diversidade cultural brasileira e a diversidade humana. Entre os autores confirmados na Tenda estão: Ana Maria Machado, Lázaro Ramos, Ziraldo, Mauricio de Sousa, Daniel Munduruku, Cristino Wapixana e Yaguarê Yamã.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Amamos listas: Livros clássicos que seu filho não pode deixar de ler

Que as livrarias estão repletas de livros de altíssima qualidade para as crianças, isso todo mundo já está cansado de saber. Os novos autores combinam qualidade gráfica com textos maravilhosos e fazem muito sucesso entre os pequenos. No entanto, o que muitos jovens leitores – e seus pais – esquecem é que também existem obras maravilhosas consideradas clássicas que podem mudar o jeito como eles veem a leitura e até mesmo ajuda-los a se introduzir mais profundamente no mundo da literatura. O melhor é que essas obras imortais também fazem muito sucesso entre os pais. Então, aqui vai uma lista com algumas delas!


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10. As Aventuras de Pinóquio
Carlo Collodi
Esse é o livro que tornou mundialmente famoso o boneco de madeira que tinha um nariz que crescia toda vez que contava uma mentira. Gepeto cria um o boneco a partir de um pedaço de madeira falante, e desde sua criação Pinóquio sonha em ser um menino de verdade. Apesar de querer agradar seu pai/ criador, Pinóquio vive se metendo em confusões e fazendo escolhas erradas. De forma lírica, a história mostra o crescimento e o desenvolvimento de Pinóquio, seu esforço para se tornar uma criança de verdade, e a compreensão do que é realmente ser humano.



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9. Vinte mil léguas submarinas
Júlio Verne
Uma grande aventura no fundo do mar, repleta de suspense e fantasia. Neste livro, um dos mais famosos do escritor francês Júlio Verne, o capitão Nemo desbrava o fundo do oceano a bordo de seu submarino Nautilus. Em seu submarino autossuficiente, ele e sua tripulação vivem isolados de todo contato com o mundo fora d’água. Sem o conhecimento de um transporte tão fabuloso, outros navios passam a imaginar que o Nautilus era um monstro marinho, e alguns começam até mesmo a caça-lo. E assim o capitão Nemo e sua tripulação vivem suas inesquecíveis aventuras.



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8. Reinações de Narizinho
Monteiro Lobato
Monteiro Lobato é um dos maiores escritores brasileiros, e Reinações de Narizinho é o livro que serve de propulsor à série que seria protagonizada no inesquecível Sítio do Pica-Pau Amarelo. O livro é formado por várias pequenas histórias, algumas originais, algumas adaptações bem criativas de contos populares como Branca de Neve e Aladim. Com maestria, o Monteiro Lobato percorre o universo da imaginação infantil, criando um mundo colorido, divertido e cheio de aventura.




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7. O Mágico de Oz
L. Frank Baum
Como poderíamos deixar de fora a história da pequena Dorothy e seu cãozinho Totó, que se perdem em uma terra fantástica e precisam seguir uma estrada de tijolos amarelo até um mágico desconhecido realizador de desejos? Ou seus famosos companheiros, o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão? O melhor do livro é que ele traz muito mais do que todas as adaptações para o cinema ou televisão conseguiram mostrar. Ele mostra um universo rico de fantasia, em que os amigos tem que enfrentar várias aventuras que os ajudam não apenas a enfrentar seus próprios medos, mas também a conhecerem a si mesmos.



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6. O Livro da Selva
Rudyard Kipling
Esse clássico conta a história de um menino indiano que é perdido na floresta e é criado por uma família de lobos. O menino Mogli cresce nesse ambiente selvagem e aprende a linguagem a floresta, fazendo amigos entre os animais e lutando para sobreviver a seu modo. Apesar de ter crescido entre os animais, Mogli não se sente aceito por todos e sabe que é diferente dos demais. Assim, acaba partindo em busca de seu lugar no mundo, numa jornada cheia de perigos e aventuras.




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5. Peter Pan
James Matthew Barrie
Um menino que não quer crescer e vive em uma terra com fadas, índios e piratas. Três crianças que são convidadas a visitar essa terra fantástica e viver incríveis aventuras – e ainda voar com o pó das fadas! O que mais uma criança poderia querer em um livro? Só que Peter Pan é muito mais do que isso. Escrito em uma linguagem cativante, que faz você ficar preso na leitura, o livro é repleto de emoções e mensagens sobre perdas e crescimento.




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4. Alice no País das Maravilhas
Lewis Carroll
A pequena Alice era uma menina curiosa e cheia de imaginação. Ao perseguir um coelho branco – que curiosamente usava uma cartola e um relógio de bolso – ela acaba caindo em um buraco e é transportada para um mundo fantástico: o País das Maravilhas. Só que esse mundo encantador também pode ser perigoso, e Alice tem que descobrir um modo de voltar para casa em meio a aventuras bem malucas. A leitura desse livro não é muito fácil, mas a linguagem é extremamente rica e poética, com uma imaginação que remete ao mundo dos sonhos, onde tudo é possível – até o que é considerado mais absurdo.


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3. As Crônicas de Nárnia
C.S. Lewis
Não se assuste com o tamanho do volume completo das Crônicas de Nárnia. É só lembrar que são várias crônicas, ou seja, histórias menores, todas costuradas juntas. Mas não consegui escolher uma só porque as histórias acabam se interligando e se completando. Então, ainda que leve tempo, é muito legal ler todas elas. Ainda mais porque a linguagem não é pesada: é uma leitura fluente, deliciosa, pelo mundo fantástico de Nárnia, em que crianças vivem aventuras épicas ao lado do leão Aslam. E a trama pode mudar, mas um tema persiste: a luta por um mundo melhor e mais justo (daí o protagonismo das crianças por todo o livro).



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2. O Pequeno Príncipe
Antoine de Saint-Exupéry
O Pequeno Príncipe há muito deixou de ser apenas um livro e passou a ser uma lição de vida. O livro pode parecer a simples história de um garoto que caiu na terra e conta suas histórias a um piloto de avião perdido no deserto. Mas é muito – muito! – mais do que isso. O livro é um conto de amizade, amor, solidão e perda. Ele nos faz refletir sobre tudo o que deixamos para trás quando nos tornamos adultos, e como deixar nosso lado criança sobreviver pode tornar as coisas muito mais belas: porque é ele que nos faz enxergar o que é realmente importante na vida.




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1. A História sem fim
Michael Ende
Pessoalmente, esse é um dos livros infantis mais bonitos já escrito. Esqueça as adaptações para o cinema (que marcaram uma geração, mas que ainda assim não conseguem transmitir toda a beleza do livro). O livro é de uma riqueza imensurável. Ele conta a história do menino Bastian, que vive em um mundo comum – cinza e sem graça – que não o compreende e não o aceita. Apaixonado por livros, Bastian acaba encontrando uma obra muito especial sobre um outro mundo – fantástico, repleto de criaturas incríveis e aventuras épicas. Mas um mundo que está morrendo, pois é o mundo da imaginação, e no mundo real as pessoas não tem mais tempo para ficar imaginando. Bastian passa a ler vorazmente as aventuras do herói Atreiu na tentativa para salvar esse mundo, chamado Fantasia. Em certo momento ele é transferido para esse mundo, e ele passa a ser o herói (como acontece com todo o leitor, quando ele se envolve com a leitura). Mas o livro vai além. Em sua leitura/ jornada épica, Bastian acaba se metamorfoseando, perdendo-se e se reencontrando – tanto literalmente quando figurativamente – para então voltar ao mundo real.